O Dia do Alfaiate e da Modista tem lugar no calendário a 23 de julho.
Estas profissões tradicionais consistem na criação de roupa de forma artesanal e exclusiva: à medida da pessoa e de acordo com as suas preferências. Os alfaiates e costureiras surgiram como profissões de destaque na sociedade, devendo estes profissionais acompanhar as modas e atualizar o seu leque de tecidos e de modelos para satisfação dos seus clientes. Apesar de serem das profissões mais antigas do mundo, elas encontram-se agora em vias de extinção, com a massificação das lojas de roupa e dos modelos disponíveis para compra.
Neste dia pode aproveitar para dar vida à tradição: pode visitar um alfaiate ou modista para tirar medidas e fazer roupas à sua medida.
TUDO SOBRE A HISTÓRIA DA ALFAIATARIA
E a profissão de um alfaiate vem de muito longe e definitivamente considerada por muitos livros de História da Moda como uma das profissões mais antigas do mundo, assim sendo desde o ano de 1297 o termo em inglês tailor existe e nessa época a palavra definia a profissão como a seguinte: “cortador de tecidos”. E a palavra em português vem do árabe alkhayyát, do verbo kháta que significa mais especificamente coser (juntar com pontos feitos com agulha e qualquer tipo de linha, fio, costurar, etc)
.E no começo dos tempos o homem se vestia para somente cobrir e proteger o corpo não preocupava em absoluto com a estética, e sim com as mudanças climáticas e com o ambiente em que vivia.
Chegando o início das sociedades, o tecido que o homem estava vestindo definia o seu status social, assim sendo os guarda- roupas dos burgueses faziam parte dos bens da família e o tecelão trabalhava juntamente com o fazendeiro e o tecido ia direto para as mãos da dona de casa. E nessa época, as vestimentas eram feitas dentro de casa mesmo, e só os endinheirados podiam ter suas roupas confeccionadas por outras pessoas, um luxo apenas para pouquíssimos.
E só foi depois do Renascimento, com uma preocupação maior em mostrar as formas do corpo, que o homem passou a dar valor tanto ao corte de uma roupa quanto ao tecido usado em sua construção. Assim a partir desse momento não era mais qualquer um que conseguiria confeccionar sua própria vestimenta surgindo então com isso à alfaiataria.
Depois do surgimento da alfaiataria era necessário um estudo maior do corpo humano e mais de uma pessoa envolvida no processo, e foi justamente assim que o papel do alfaiate cresceu nas sociedades, pois detinha um olhar mais direcionado para modelagem e o design das vestimentas de um modo geral.
A Historia da Alfaiataria -Cerzido invisível para fechar rasgos em ternos
Assim o alfaiate precisava ter o conhecimento de todo o processo de criação da roupa mais ou menos o que esperamos de um estilista nos dias atuais. Naquela época o alfaiate possuía um olhar aguçado e por conta disso definia quais eram ovelhas criar para conseguir a lã certa, também direcionava o tecelão, sabia o valor que cada tecido tinha e entendia mais do que perfeitamente todas as proporções do corpo humano o que era extremamente importante.
E, além disso, o alfaiate tinha contato totalmente direto com os seus clientes e acabava fazendo parte de círculos sociais restritos e automaticamente acabava sendo invejado por tanto por outros comerciantes quanto com quem trabalhava nessa área.
Frisando que acima de tudo, o alfaiate precisava saber ler, o que já o colocava em um patamar bem superior a de outros comerciantes e o trazia mais perto da corte e por conta disso adquiria também grandiosas responsabilidades. E nesta época, o trabalho de um alfaiate não permitia de maneira nenhuma erros, pois se porventura uma vestimenta saísse errada o alfaiate tinha que pagar multas equivalentes a dez dias de trabalho, e automaticamente a peça poderia ser confiscada o que era terrível para o alfaiate.
E ser alfaiate representava a perfeição em seu trabalho, uma vez que nessa época o trabalho de alfaiate não permitia erros, já que os tecidos eram caríssimos e raríssimos feitos exclusivamente de maneira artesanal, assim sendo caso houvesse erros automaticamente o profissional tinha que arcar com os custos perdendo assim o seu status que era tão invejado por muitos.
Certamente com a ascensão do Rei Sol, Luís XIV, a França acabou virando o centro da moda, pois na época era nesse país que praticamente tudo acontecia, pois a corte representava as primeiras passarelas e, assim como o rei, a elite passou a ostentar toda a sua riqueza nas vestimentas que usavam com isso as pedrarias, os brocados, os bordados, e muito mais, tomavam conta dos trajes de modo geral.
Então tudo o que se vestia na França era copiado pelo resto do mundo, o único país que não copiava era Inglaterra, pois por motivos políticos, à moda do Rei Sol não agradou a todos na sociedade britânica. A grande verdade é que tudo o que os ingleses desejavam era exatamente e sem sombra de dúvida se distinguir da corte britânica por completo.
E com isso alguns anos se passaram e a revolução industrial surgiu e foi a partir desse momento que o foco se voltou para um grupo boêmio londrino que em uma forma de rebeldia, havia trocado as perucas brancas pelo cabelo cortado, pelos veludos, pelos brocados, etc, pelos tons sóbrios de lã. Justamente também nessa época que surgiram os dândis, trazendo a alfaiataria como: a gravata e o terno, terno e gravata como conhecemos na atualidade, sendo então o ponto de partida para a capital londrina virar total referência em alfaiataria e a tão famosa Savile Row, conhecida até os dias de hoje pelas suas legendárias alfaiatarias virarem símbolo da moda britânica, simplesmente sensacional.
Depois do surgimento do homem moderno o alfaiate acabou virando o seu melhor aliado, assim os dândis (aquele homem de bom gosto e fantástico senso estético) como eram conhecidos na época educados, cultos, com extremo bom que amava impressionar tanto as mulheres como os homens. Assim sendo nomes como os seguintes: Beau Brummell, Oscar Wilde e Charles Baudelaire representaram muito bem o que era ser um dândi e encheram literalmente os bolsos dos alfaiates da época.
O SURGIMENTO DA ALFAIATARIA NO BRASIL
E no Brasil, os primeiros alfaiates chegaram junto com a corte portuguesa e foram passando os seus conhecimentos por gerações com isso essa profissão acabou sendo uma das mais exercidas no país, representando os comerciantes.
A Conjuração Baiana que foi a revolta a favor da proclamação da República e diminuição dos impostos, também ficou conhecida como Revolta dos Alfaiates. Atualmente a alfaiataria tradicional voltou a ter a exclusividade que tinha quando começou, pois são pouquíssimos os homens que acabam investindo em peças feitas sob medida, porém os que encomendam esses dificilmente voltam a comprar um terno, por exemplo, pré-fabricado.
O PRIMEIRO DÂNDI CHAMADO DE BEAU BRUMMEL – George Bryan, mais conhecido como Beau Brummel, foi o primeiro dândi londrino que se tem registro. Famoso entre as elites tanto pelo seu conhecimento acadêmico quanto por seu estilo pessoal peculiar, acabou iniciando uma era em que a elegância era definida por cortes certeiros e por uma estética totalmente limpa. Com isso as calças acabaram se destacando, e os saltos, as cores, os brilhos, etc, que eram usados pelos homens da época foram virando passado. Brummel foi o responsável pela popularização do tão conhecido terno e gravata assim sendo o que agora é sinônimo de traje social e super comportado, surgiu na moda como certa forma de rebeldia, o que certamente os homens agradecem nos dias de hoje.
A FAMOSÍSSIMA SALIVE ROW – e a história da Savile Row vem mais precisamente desde 1785, pois a rua londrina é até hoje conhecida por suas respeitadas e tradicionais alfaiatarias, porém já passou por sua era de ouro. Na década de sessenta, o escritório e estúdios dos Beatles dividiam espaço com os alfaiates da rua, e nas décadas seguintes o número de alfaiates caiu consideravelmente, porém de toda a maneira a rua continua sendo sinônimo da boa alfaiataria, feita à mão com as mesmas técnicas usadas no ano de 1800. E entre os seus clientes renomados, a rua recebeu nada mais nada menos que de Sean Connery até Winston Churchill.
Fonte:calendarr
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